Esses dias fui numa palestra na Sociedade Antroposófica no Brasil ouvir um pouco sobre o desenvolvimento infantil e o papel dos adultos na formação das crianças e desde então uma frase tem ressoado na minha cabeça: Toda educação é uma auto educação.

Uma das maiores belezas e desafios pra quem tem filho ou convive intensamente com uma criança é a capacidade que esses pequenos têm de nos fazer rever valores e agirmos conforme nossa ética. Brinco que a maternidade tem me ajudado a economizar alguns retornos à vida terrena, uma vez que passo o dia revendo minhas atitudes e reajustando meu caminho na tentativa de ser uma pessoa melhor e bom exemplo para os meus filhos. O velho ditado popular “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” perde força ao lado das crianças, especialmente as menores, que aprendem através da imitação.

E porque seria diferente quando se trata de educação alimentar?
Queremos que nossos filhos comam verduras e legumes, mas pulamos as saladas no buffet diário do trabalho. Que aprendam a comer sentados e tranquilos, enquanto fazemos nossas refeições em pé e apressados. Que desliguem a televisão na hora da refeição e, no entanto não tiramos o olho do celular. Que comam todo o arroz com feijão do almoço, enquanto praticamos uma dieta low carb e só falamos da capacidade engordativa dos alimentos ricos em carboidratos. Que tenham uma boa relação com a comida, mas sentimos culpa e nos lamentamos pelo bolo comido na festa de aniversário…

Já pensou que tipo de mensagem estamos transmitindo?
Que tenhamos a humildade para nos auto educarmos no momento em que educamos uma criança!

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